País é um dos líderes mundiais em influência digital; fator molda o comportamento do consumidor e alavanca o alcance de grandes marcas.
Que o Brasil ama as redes sociais não é uma novidade, afinal é o segundo país no mundo com o maior número de usuários, só perdendo para os Estados Unidos.
E o país tem se destacado mundialmente como um dos principais centros de influência digital.
Com milhões de influenciadores atuando não somente no Instagram, mas também no YouTube, TikTok e outros, o país se tornou um verdadeiro império de criadores de conteúdo que moldam comportamentos e tendências de consumo.
Mas como o Brasil alcançou essa posição de destaque e quais são os maiores nomes da influência digital no país?
Segundo uma pesquisa da Nielsen, o Brasil lidera mundialmente em número de influenciadores no Instagram, com mais de 10,5 milhões de perfis que têm pelo menos mil seguidores cada.
Além disso, cerca de 500 mil criadores de conteúdo possuem mais de 10 mil seguidores nas redes sociais.
Tal crescimento não se limita ao Instagram; no YouTube e TikTok, o Brasil ocupa a terceira posição no ranking global de influenciadores.
A influência dos criadores de conteúdo não se limita a gerar seguidores. Eles se tornaram peças-chave na estratégia de marketing de muitas empresas, promovendo produtos e serviços de maneira autêntica e direta.
Alessandro Gil, da Wake, destaca que os influenciadores têm um papel crucial na descoberta de novos produtos e na conversão de vendas, especialmente quando a recomendação vem de alguém que o consumidor confia e se identifica.
Plataformas como a Squid, especializada em marketing de influência baseado em dados, têm facilitado a conexão entre marcas e influenciadores.
Com 200 mil criadores digitais cadastrados, a Squid permite segmentar campanhas com macro e nano influenciadores, garantindo mais assertividade nas campanhas publicitárias.
Cerca de 150 desses influenciadores têm suas contas tokenizadas com as redes sociais, o que garante dados de engajamento de audiência em tempo real.
A tokenização possibilita um monitoramento mais preciso e uma filtragem de postagens dos últimos seis meses, identificando perfis com preferência para temas específicos que geram maior engajamento.
Isso assegura uma conexão mais eficaz entre influenciadores e marcas, potencializando os resultados das campanhas.
Segmentação e comportamento do consumidor
No Brasil, com sua diversidade cultural e demográfica, personalizar campanhas para diferentes públicos é crucial.
A inteligência artificial (IA) tem desempenhado um papel significativo nesse processo, permitindo entender melhor o comportamento do consumidor e customizar as campanhas de marketing.
Alessandro Gil explica que a IA ajuda a identificar os perfis mais engajados e a desenvolver campanhas de CRM personalizadas.
Isso não só melhora a comunicação, mas também aumenta a conversão e salva margens para os varejistas.
Os 10 maiores influenciadores do Brasil
A Forbes recentemente divulgou uma lista com os 10 maiores influenciadores digitais do Brasil que têm transformado sua popularidade em negócios bem-sucedidos:
Maisa Silva
Bianca Andrade (Boca Rosa)
Whindersson Nunes
Larissa Manoela
Lucas Rangel
Tata Estaniecki
Virginia Fonseca
Jade Picon
Enaldinho
Flavia Pavanelli
Os perigos da influência
Entretanto, o mundo dos influenciadores também tem seus perigos. Recentemente, uma investigação do Instituto Alana revelou que jogos de azar online, como o Jogo do Tigrinho, têm utilizado influenciadores mirins para promover atividades ilegais, direcionando propaganda para crianças no Instagram.
Essa prática não é apenas ilegal, mas extremamente prejudicial à saúde mental e ao desenvolvimento das crianças.
Médicos e especialistas alertam que a publicidade de jogos de azar para crianças é especialmente danosa, pois elas são mais vulneráveis ao vício.
Rodrigo Machado, psiquiatra da USP, compara o vício em jogos de azar à dependência química, explicando que o cérebro das crianças ainda está em desenvolvimento, o que as torna mais suscetíveis.
A publicidade abusiva, especialmente envolvendo influenciadores mirins, fere diversas regulamentações nacionais e coloca em risco a integridade física e psíquica das crianças.
Instituições como o Conar e o Conanda já se manifestaram contra essas práticas, reforçando a necessidade de uma fiscalização rigorosa para proteger os menores.