A ultrassonografia é amplamente utilizada na prática médica por ser um exame acessível, não invasivo e de baixo custo. De acordo com a Dra. Thaline Neves, esse método pode ser um aliado importante na avaliação de alterações corporais, inclusive quando há suspeita de câncer. Com isso em mente, neste artigo, vamos abordar as capacidades e limitações da ultrassonografia no rastreio e diagnóstico do câncer, esclarecer dúvidas comuns e indicar quando o exame é mais apropriado.
É possível identificar câncer com a ultrassonografia?
A ultrassonografia é capaz de detectar alterações anatômicas e diferenças na textura dos tecidos. Isto posto, ela funciona por meio da emissão de ondas sonoras que produzem imagens em tempo real, sendo amplamente usada para visualizar órgãos como fígado, rins, mamas e tireoide, como comenta Thaline Neves. Logo, embora não seja capaz de confirmar a natureza maligna de uma lesão, o exame pode levantar suspeitas importantes.
Essa suspeita se baseia em características como forma irregular, margens mal definidas e presença de vascularização atípica, que podem sugerir malignidade. Nessas situações, a ultrassonografia cumpre um papel fundamental como exame inicial, orientando o médico sobre a necessidade de investigação complementar.
As limitações do ultrassom no diagnóstico de câncer
Apesar de sua utilidade, o ultrassom apresenta algumas limitações importantes. Primeiramente, o exame depende muito da habilidade do profissional que o realiza e da qualidade do equipamento. Além disso, segundo a Dra. Thaline Neves, ele pode não ser eficaz para avaliar regiões profundas do corpo ou detectar tumores em estágio inicial, especialmente se forem muito pequenos ou localizados em áreas de difícil acesso.
Outro ponto a considerar é que nem todas as alterações visíveis ao ultrassom são indicativas de câncer. Lesões benignas, cistos e nódulos podem apresentar aspectos semelhantes aos tumores malignos, o que pode gerar dúvidas diagnósticas. Logo, conforme frisa Thaline Neves, é fundamental interpretar os achados do ultrassom com cautela e sempre associar o exame a outros dados clínicos e laboratoriais.

Quando o ultrassom pode levantar suspeita de câncer?
Existem situações específicas em que o ultrassom pode indicar a necessidade de uma investigação mais aprofundada. Veja a seguir alguns sinais que merecem atenção durante o exame:
- Presença de massas sólidas com margens irregulares
- Aumento de vasos sanguíneos na área examinada
- Nódulos com crescimento progressivo em exames seriados
- Nódulos hipoecóicos (mais escuros) em comparação ao tecido ao redor
- Alterações estruturais em órgãos como mama, tireoide, fígado e ovários
Esses achados não significam necessariamente que há câncer, mas podem justificar o encaminhamento para uma biópsia ou exames de imagem mais detalhados. De acordo com a Dra. Thaline Neves, o mais importante é que a decisão seja tomada com base em uma análise clínica abrangente.
Quais exames complementam a ultrassonografia no diagnóstico de câncer?
Quando o ultrassom levanta suspeita de câncer, o próximo passo geralmente envolve exames complementares que fornecem mais precisão. Portanto, a escolha do método depende da localização do tumor e dos sintomas apresentados. Abaixo, destacamos os exames mais comuns que costumam ser indicados nesses casos:
- Tomografia computadorizada (TC): oferece imagens mais detalhadas de órgãos internos e pode detectar tumores pequenos em regiões profundas.
- Ressonância magnética (RM): útil para avaliar tecidos moles e estruturas do sistema nervoso central.
- Biópsia: exame definitivo para confirmar o diagnóstico de câncer, por meio da análise laboratorial do tecido suspeito.
- Exames laboratoriais (marcadores tumorais): indicam possíveis alterações metabólicas associadas a tumores malignos.
Esses exames complementam a ultrassonografia e fornecem dados fundamentais para a confirmação do diagnóstico, definição do estágio da doença e escolha do tratamento mais adequado.
O ultrassom pode ajudar, mas não é diagnóstico final
Em resumo, a ultrassonografia tem grande valor como ferramenta de triagem e acompanhamento de lesões suspeitas, mas seu papel no diagnóstico de câncer é limitado. Dessa maneira, o ultrassom é útil para levantar suspeitas, porém não deve ser considerado conclusivo. Uma vez que o diagnóstico de câncer exige uma abordagem mais ampla, que inclui exames complementares e avaliação clínica criteriosa.
Portanto, embora o exame possa indicar alterações preocupantes, apenas uma investigação detalhada pode confirmar ou descartar a presença de um tumor maligno. Contudo, no final das contas, a prevenção e o diagnóstico precoce continuam sendo os melhores caminhos para aumentar as chances de sucesso no tratamento do câncer.
Autor: Aleksander Araújo